domingo, 10 de novembro de 2013

Governo começa hoje a expulsar pequenos produtores rurais do Maranhão



O deputado Weverton Rocha (PDT/MA) informou ontem (31/10), no plenário da Câmara dos Deputados, que a operação de expulsão dos produtores rurais que vivem em área demarcada pela Funai no Maranhão começará hoje, véspera do dia de Finados. De acordo com o deputado, que tenta construir uma solução pacífica para evitar violência na região, a informação foi dada pelo próprio Exército Brasileiro que coordenara a expulsão dos agricultores.

Cerca de 1.200 famílias de trabalhadores rurais, ou seja, mais de 6 mil pessoas que vivem dentro da área cobiçada pela Funai. “Estamos indignados tentando entender o que está acontecendo em nosso Estado. O ministro da Justiça veio à Câmara dos Deputados afirmando que a solução seria construída na base do diálogo. Receberam nosso pedido de plano de desintrusão da Awá-Guajá para saber como o Governo está planejando essa ação em relação aos trabalhadores e moradores que estão lá. Mas, o Governo sequer nos retornou”, disse o Deputado.

Segundo Weverton Rocha, o Incra local já avisou que não tem como reassentar as famílias que serão expulsas pelo Exército. “Pretendem retirar as famílias, mulheres e crianças das suas casas e jogá-los na BR para virarem sem-teto, porque o Incra não tem terra para dar a esse povo e não tem processo de indenização tramitando”, alertou o parlamentar.

No entanto, um ofício do Ministério da Defesa, do 2º Batalhão de Infantaria da Selva, direcionado à Prefeitura de São João do Caru, solicita a disponibilização da área do Colégio Estadual Aldenor Siqueira para servir de base de apoio militar para a operação de expulsão das famílias de não índios. Ainda de acordo com o ofício do Exército, a operação será realizada a partir do dia 1º de novembro até 31 de janeiro de 2014. O Governo deve fazer exatamente como fez na Suiá-Missu, onde os não índios foram expulsos entre o Natal e o ano novo para fugir da atenção de imprensa.

Tentando evitar a repetição do ocorrido no Mato Grosso, onde o próprio governo reconhece que violou direitos humanos dos não índios, o deputado entrou em contato com o Exército Brasileiro, por meio da Assessoria Parlamentar, para evitar a ação das tropas em São João do Caru. E fez um apelo ao ministro da Justiça e à presidente Dilma Rousseff para que não haja um massacre na região, desalojando mais de 6 mil pessoas que sobrevivem de pequenas plantações na região.



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