domingo, 24 de novembro de 2013

Dilma pode liberar muita grana para 'acalmar' - indenizar fazendeiros que invadiram terras indígenas



"A presidente Dilma Rousseff, na semana passada, nos autorizou a dialogar com o Ministério do Planejamento com o objetivo de criar um programa de mediação de conflitos de terras indígenas com aporte de recursos orçamentários", afirmou Cardozo, durante audiência pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado. 

O ministro explicou que os recursos poderão ser usados de duas formas. A primeira, que também é uma reivindicação dos ruralistas, é a possibilidade de o governo pagar pelas terras. 

Atualmente, quando a área é considerada indígena, os fazendeiros são expropriados e só recebem indenização pelas benfeitorias, não pelo terreno. A outra maneira é a União comprar terras para criar reservas indígenas. Ainda não há estimativa de quanto será aplicado no programa.

O dinheiro será utilizado de acordo com o que apontarem as "mesas de diálogo" de cada Estado, formadas por representantes de índios, de produtores e dos governos estaduais e federal. Esses grupos já foram constituídos no Mato Grosso do Sul, para solucionar o caso da Fazenda Buriti, na Bahia e no Rio Grande do Sul. "Se a mediação indicar que o melhor caminho é uma indenização para os proprietários, poderemos, desde que exista concordância com o Ministério Público, com o juiz e lideranças dos dois lados, ensejar uma forma de o Estado receber os recursos para poder pagar a indenização. Em outros casos, poderemos utilizar esses recursos para aquisição de terras para criar reservas indígenas", disse Cardozo.

Enquanto o programa tem o objetivo de solucionar os atuais conflitos, a portaria que regulamenta a demarcação de terras indígenas é uma estratégia do governo para minimizar os confrontos em relação a novos processos. A minuta será encaminhada na próxima semana a parlamentares e lideranças indígenas e dos produtores, para serem colhidas sugestões. Cardozo afirmou que é necessário ‘criar instâncias de conciliação, instâncias de revisão que possam evitar a litigiosidade que hoje existe no processo de demarcação’.



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