A I
Feira Nacional da Agricultura Tradicional Indígena foi aberta neste sábado (9),
pela manhã, na Arena Indígena sede dos XII Jogos dos Povos Indígenas.
Além
disso, houve a inauguração do espaço que abrigará o I Encontro Nacional dos
Agentes de Leitura Indígena, que também faz parte da programação dos Jogos. Com
uma estrutura de 400 m², a Feira abrigará dez estandes para os cerca de 40
participantes indígenas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que vão
comercializar, entre outros produtos, mel, farinha, milho, guaraná, feijão,
banana e castanha.
Para
o coordenador-geral de Políticas para Povos e Comunidades Tradicionais do
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Edmilton Cerqueira, essa é uma
oportunidade de apresentar a cultura indígena para a população local. “O
Ministério já vem intensificando as ações voltadas para os povos e comunidades tradicionais
e a primeira feira e o primeiro encontro é um momento onde poderemos demonstrar
a ampliação dessas políticas do MDA para os indígenas”, comenta.
Sementes tradicionais
Um
dos destaques da Feira é a troca de sementes tradicionais, que ocorrerá entre
as etnias presentes, com o objetivo de criar e fortalecer a consciência pública
sobre a cultura desse povo e da diversidade cultivada pelos povos indígenas.
“Aconteceu que, com o tempo, sementes de uma etnia foram parar em outras
etnias. E esse é o momento deles resgatarem as sementes próprias de sua
aldeia”, resume Luiz Fernando Machado de Souza, coordenador de ações indígenas
do MDA. “A demanda, tanto da Feira como da troca das sementes, partiu dos
próprios indígenas. A ação vai dar uma visibilidade grande para eles”,
completa.
Leitura indígena
Mais
de 30 índios participarão do I Encontro Nacional dos Agentes de Leitura, no
âmbito do Programa Arca das Letras, do MDA. A intenção é incluir as aldeias de
todo o Brasil no mundo dos livros por meio de bibliotecas móveis, chamadas de
arcas, e capacitar e formar agentes de leitura.
Estarão
presentes agentes que já realizam o trabalho em comunidades indígenas, para
capacitar os novos voluntários. “Com isso, queremos resgatar, também, a língua
indígena e transformá-la em escrita, para que não se perca”, destaca Luiz
Fernando.
“Esse
tipo de evento interfere de forma positiva na cultura indígena. Isso valoriza a
tradição deles e faz com que conheçam, ao mesmo tempo, coisas que eles não têm,
de outras etnias e de povos não indígenas”, enaltece o antropólogo da
Associação Floresta Protegida, da aldeia Kayapó, localizada no Pará, Fernando
Niemeyer. “Os índios Kayapó, por exemplo, gostam muito desse tipo de evento. E
é positivo que eles conheçam outras culturas”, finaliza.
Esportes e manifestações
Durante
os dias de jogos, os guerreiros-atletas estarão focados nas competições
esportivas, pois são dez modalidades: canoagem, arco e flecha, cabo de força,
arremesso de lança, corrida de 100 metros, corrida de fundo, corrida de tora,
natação/travessia e futebol (masculino e feminino). Exceto a travessia de rio e
natação, realizadas no período da manhã, as demais provas são disputadas sempre
a partir de 19h, na arena dos jogos. Clique aqui para conferir a programação.
Fonte:
ASCOM MDA/JALILA ARABI
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