Juan
Carlos Jintach e Arlen Ribeira Calderon, integrantes da COICA, formada por
organizações indígenas de países da América Latina, deram um importante
panorama da questão indígena relacionada ao meio ambiente durantea a COP19. De
acordo com eles, é fundamental que a discussão pela conservação ambiental, e
especialmente em torno do mercado de créditos de carbono, leve em conta o papel
dos povos indígenas, agentes essenciais na conservação do sistema ambiental. “É
importante que vejamos a questão ambiental de forma abrangente, trabalhando
pela continuidade das futuras gerações. As comunidades internacionais não
reconhecem a voz indígena, mas estamos diretamente envolvidos, geograficamente
e socialmente, com as regiões onde existem projetos pilotos crédito de carbono
na Amazônia”, disse Juan Carlos Jintach.
De
acordo com ele, é preciso levar em consideração questões como o desmatamento, a
mineração indiscriminada e a situação social das comunidades originárias dessas
regiões.
“Existem territórios titulados para os índios que podem contribuir
para a regulagem da temperatura do planeta. Temos, na América Latina, milhões
de ectares próprios para isso, mas as prioridades das comunidades heranças
culturais e genéticas, relação com o equilíbrio ambiental precisam ser
ouvidas. Estamos falando de muito mais do que apenas carbono.”
Nesse
sentido, os representantes de comunidades indígenas têm grandes expectativas em
relação à COP20, que será realizada no próxim ano em Lima, no Peru. “Esperamos
que uma COP realizada na América Latina nos traga a possibilidade de ampliar o
foco em relação a isso. Governos de diversos países, como Peru e Equador, têm
se reunido conosco para discutir propostas”, afirmou Calderon.
Segundo
ele, um passo importante nesta discussão será dado durante a II Amazonian
Summit, que acontecerá na Colômbia em dezembro próximo. “As comunidades
indígenas não irão aceitar intervenções baseadas em lógicas verticais. Queremos
um plano de desenvolvimento que envolva educação ambiental e capacitação para
fazer parte do processo de forma decisória. Não existem cores diferentes; somos
todos da cor da terra.”
*
Juliana Winkel é repórter da Agência Jovem de Notícias, projeto encabeçado pela
ONG Viração Educomunicação, que pretende levar propostas da juventude para
serem contempladas pelos negociadores brasileiros durante a Conferência das
Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP19).
Fonte: Agência Jovem de Notícias
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