segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Jovem Pukobjê Gavião é agredido dentro de terra indígena e comunidades interditam rodovia



Na tarde do último sábado, 03, o indígena Carlinhos Gavião, 15 anos, foi agredido dentro da terra indígena Governador, no município de Amarante do Maranhão (MA). Como até o momento ninguém foi preso, os indígenas Pukobjê-Gavião decidiram interditar a MA 227, que liga Amarante do Maranhão aos assentamentos e povoados da região.

Segundo relato dos Gavião, quando o jovem voltava da cidade de Amarante para a aldeia Rubiácea, onde mora, já próximo da Aldeia Canto Bom, foi atacado por dois não-indígenas, que o levaram para dentro mato, o espancaram e levaram sua moto. Carlinhos permaneceu desacordado no local do espancamento.

Logo a ausência do jovem foi sentida na aldeia Rubiácea. Os indígenas, então, formaram uma comissão, reunindo guerreiros das outras aldeias, e saíram à procura do jovem, o encontrando machucado. Um boletim de ocorrência foi registrado na delegacia de Amarante do Maranhão.

Os manifestantes solicitaram a presença do representante da Fundação Nacional do Índio (Funai) - Coordenação Regional de Imperatriz, mas até o momento ninguém compareceu ao quilômetro da interdição. Os indígenas solicitam ainda a construção de uma base de vigilância nos limites da terra indígena. Eles temem que outros indígenas sejam vítimas de assaltos ou outras violências.

Violência recorrente

Atos de violência contra indígenas em Amarante do Maranhão têm sido recorrentes nos últimos tempos. Em 2010, dois indígenas Tentehara/Guajajara foram agredidos quando voltavam do povoado Campo Formoso para a aldeia. 

Em janeiro deste ano, o indígena Frederico Tentehara/Guajajara foi agredido por madeiros quando olhava o protesto deles contra a apreensão de tratores e caminhões feitos pelos indígenas Pukobjê-Gavião.

Um mês depois, Adriano Pukobjê-Gavião foi agredido quando tentava impedir a entrada de caminhões madeireiros dentro de seu território.

Em março, Joel Martins Pukobjê-Gavião foi agredido por madeireiros, no posto Rafaela, enquanto esperava carro para voltar para a aldeia.

Outro fato marcante na história de violência contra os indígenas ocorreu em 2011, quando a aldeia Rubiácea foi invadida, em duas ocasiões, por madeireiros, que de forma violenta tentaram retirar os caminhões apreendidos na fiscalização da Terra Indígena Governador.

Por Rosimeire Diniz, de São Luís (MA)

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