Na tarde
do último sábado, 03, o indígena Carlinhos Gavião, 15 anos, foi agredido dentro
da terra indígena Governador, no município de Amarante do Maranhão (MA). Como
até o momento ninguém foi preso, os indígenas Pukobjê-Gavião decidiram
interditar a MA 227, que liga Amarante do Maranhão aos assentamentos e povoados
da região.
Segundo
relato dos Gavião, quando o jovem voltava da cidade de Amarante para a aldeia
Rubiácea, onde mora, já próximo da Aldeia Canto Bom, foi atacado por dois
não-indígenas, que o levaram para dentro mato, o espancaram e levaram sua moto.
Carlinhos permaneceu desacordado no local do espancamento.
Logo a
ausência do jovem foi sentida na aldeia Rubiácea. Os indígenas, então, formaram
uma comissão, reunindo guerreiros das outras aldeias, e saíram à procura do
jovem, o encontrando machucado. Um boletim de ocorrência foi registrado na
delegacia de Amarante do Maranhão.
Os
manifestantes solicitaram a presença do representante da Fundação Nacional do
Índio (Funai) - Coordenação Regional de Imperatriz, mas até o momento ninguém
compareceu ao quilômetro da interdição. Os indígenas solicitam ainda a
construção de uma base de vigilância nos limites da terra indígena. Eles temem
que outros indígenas sejam vítimas de assaltos ou outras violências.
Violência
recorrente
Atos de
violência contra indígenas em Amarante do Maranhão têm sido recorrentes nos
últimos tempos. Em 2010, dois indígenas Tentehara/Guajajara foram agredidos
quando voltavam do povoado Campo Formoso para a aldeia.
Em
janeiro deste ano, o indígena Frederico Tentehara/Guajajara foi agredido por
madeiros quando olhava o protesto deles contra a apreensão de tratores e
caminhões feitos pelos indígenas Pukobjê-Gavião.
Um mês
depois, Adriano Pukobjê-Gavião foi agredido quando tentava impedir a entrada de
caminhões madeireiros dentro de seu território.
Em março,
Joel Martins Pukobjê-Gavião foi agredido por madeireiros, no posto Rafaela,
enquanto esperava carro para voltar para a aldeia.
Outro
fato marcante na história de violência contra os indígenas ocorreu em 2011,
quando a aldeia Rubiácea foi invadida, em duas ocasiões, por madeireiros, que
de forma violenta tentaram retirar os caminhões apreendidos na fiscalização da
Terra Indígena Governador.
Por
Rosimeire Diniz, de São Luís (MA)
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