A
Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e organizações não-governamentais que
atuam no Município de São Gabriel da Cachoeira (a 858 quilômetros de Manaus)
vivem um impasse na área de educação indígena.
As ONGs
buscam investimentos no Governo Federal para manter e ampliar os cursos de
formação indígena. Elas querem ainda o reconhecimento das escolas que mantém no
município.
Os
coordenadores do curso de Licenciatura Indígena - Políticas educacionais e Desenvolvimento
Sustentável da Ufam acreditam que o reconhecimento buscado pelas ONGs não deve
acontecer, porque já existe um órgão público cumprindo o papel de educar e
formar a comunidade indígena no local. Para o vice-coordenador do curso
Raimundo Nonato Pereira, a criação de uma Universidade Indígena, como querem as
Ongs, desqualifica e coloca em questão o papel das universidades públicas.
"Isso acaba criando uma confusão, e a medida que o poder público não
cumpre o seu papel, abre espaço para oportunistas, porque os indígenas não têm
como discernir as responsabilidades de cada instituição".
Pereira
destacou ainda os custos elevados para o desempenho das atividades no
município. "O governo precisa investir mais nas próprias instituições. No
Amazonas os custos são maiores, passagens aéreas para chegarmos ao município
são caríssimas, e para irmos das sedes às comunidades gastamos mais de cinco
mil litros de combustíveis por módulo", ressaltou.
A
coordenadora, Ivani Ferreira, acredita que os papéis de cada uma instituição
estão bem claros. "As Ongs atuam com a formação de modo informal e a Ufam
por ser um órgão federal oferece a qualificação formal", definiu a
coordenadora.
Ivani
Ferreira ainda destaca que quase dois mil indígenas se inscreveram para a segunda
turma do curso de Licenciatura Indígena da Ufam no município. A segunda turma é
composta por 120 alunos, distribuidos em três turmas: tukano, baniwa e ticuna.
Fonte; Portal
UOL
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