Cerca de 50 madeireiros
invadiram a aldeia Gurupiúna, Terra Indígena Alto Turiaçu, do povo Ka’apor,
município de Centro do Guilherme, norte do Maranhão. Na aldeia Gurupiuna vivem
sete famílias, num total de 48 pessoas. A aldeia foi invadida na última
segunda-feira, dia 26. Na invasão, os madeireiros agrediram o indígena Gonito
Ka’apor, que somente nesta terça, 27, conseguiu sair da aldeia para fazer exame
de corpo delito.
O Ka’apor
tentou registrar ocorrência na cidade de Governador Nunes Freire, mas não
conseguiu porque o delegado responsável não estava. A ação dos madeireiros
ocorreu em represália à fiscalização e apreensão de caminhões madeireiros
empreendidas pelos indígenas no próprio território tradicional. No ato da
invasão da aldeia Gurupiuna, os invasores amarraram e bateram em indígenas,
saquearam plantações, levaram animais e queimaram duas casas. Sem a presença
dos órgãos públicos responsáveis pelas fiscalizações atuando na área, os
Ka’apor não veem alternativa a não ser a própria comunidade impedir a ação
depredatória.
O povo
denuncia também o desaparecimento de uma indígena Awá, próximo ao rio Turi,
perto da aldeia Cocal.O clima é tenso na região. Os Ka’apor temem novas
invasões. As famílias buscam refúgio no mato como esconderijo. Com medo de
novas invasões, indígenas estão sem sair de suas aldeias. Segundo informações,
a Polícia Federal, IBAMA e Exército se deslocaram para a região.
Desde
julho os indígenas Ka’apor, da aldeia Zé Gurupi, comunicavam a ação dos
madeireiros, que se organizavam para atacar a terra indígena por conta da
Operação Hiléia, que fechou várias madeireiras e apreendeu caminhões na região.
Fonte: Gilderlan Rodrigues
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