O cubano Juan Delgado, que foi hostilizado quando chegou ao Ceará, está
feliz com o destino reservado para ele no programa Mais Médicos; será um dos
sete médicos que irão trabalhar em distritos indígenas do Maranhão; ele também
afirma que já esqueceu o fato de ter sido chamado de "escravo":
"em Cuba, a escravidão acabou em 1868"; sobre os que apontam possível
risco de deserção, ele nega: "Tenho mulher, filha, um contrato de três
anos e depois vou retornar ao meu país, onde já há trabalho me esperando"
21 DE SETEMBRO DE 2013
Alvo de uma agressão que chocou o Brasil e o mundo,
o médico Juan Delgado, que foi hostilizado e chamado de "escravo" por
doutores brasileiros quando desembarcou em Fortaleza, no Ceará, já se sente
adaptado à realidade brasileira e está feliz com o destino reservado a ele pelo
programa Mais Médicos.
Delgado será um dos sete médicos estrangeiros que
atenderão povos indígenas no Maranhão. Antes, ele passará por um treinamento na
capital São Luís, onde tomará conhecimento da cultura local. Seu primeiro local
de trabalho será o pólo Base de Saúde Indígena de Zé Doca, a 316 quilômetros da
capital maranhense.
Entrevistado neste sábado pelo jornal O Globo,
Delgado afirmou que não guarda mágoa por ter sido chamado de escravo e fez
questão de enfatizar que se sente um homem livre. "A escravidão em Cuba
acabou em 1868. Viemos ao Brasil por livre vontade e para ajudarmos a combater
a mortalidade infantil e materna", disse.
Ele afirmou também que não há o menor risco de
deserção entre os médicos cubanos. "Tenho mulher, filha, um contrato de
três anos e, depois disso, pretendo retornar a Cuba, onde há trabalho me
esperando."
Delgado, no entanto, ainda terá de vencer um obstáculo
antes de começar, efetivamente, a trabalhar. O Conselho Regional de Medicina
entrou na Justiça para não conceder registro provisório aos 37 estrangeiros
que, na primeira fase do Mais Médicos, atuarão no estado.
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