Proprietários
de alguns estabelecimentos (comerciantes), em Grajaú estariam retendo cartões
bancários de índios para liberarem compras. De acordo com lideranças das
aldeias, os comerciantes denunciados seriam do ramo alimentício e vestuário.
Hoje
12/09 dezenas de indígenas estiveram pela manha na Delegacia de Grajaú para saber
informações e retirar os seus documentos, conforme a polícia os documentos,
cartões bancários e bolsa família, estavam em posse do comerciante "ZÉ DO LEITE". O delegado
está ouvindo os indígenas que comparecem para retirar a documentação para dar
continuidade às investigações.
Máfia dos
cartões
De acordo
com lideranças indígenas, o fato é que a maioria das famílias, com pouca
instrução, são facilmente exploradas. Segundo eles, os índios se tornam presas
fáceis para golpistas que se aproveitam da fragilidade das vítimas para os
negócios e práticas comerciais. Os cartões bancários de aposentados,
pensionistas ou beneficiários de programas do governo federal como o Bolsa
Família, seriam utilizados para garantir o pagamento de compras.
Segundo
ainda as lideranças, o comerciante vende a prazo para o indígena, mas retém o
cartão dele e no dia do pagamento do beneficio o próprio comerciante ou um
funcionário do estabelecimento vai até o caixa eletrônico e faz o saque da
conta do indígena. Em outras situações há denúncias de que no dia de receber o
pagamento os comerciantes levam grupos de indígenas para o interior dos bancos
para sacarem o benefício. O dinheiro recebido serve para quitar a dívida junto
ao comércio, que abre novo “crédito” para as compras do mês seguinte.
A prática,
realizada sem nenhuma fiscalização, abre margem para verdadeiros “roubos”, já
que alguns indígenas não sabem quais foram os valores sacados e se estas
quantias são, de fato, o que eles tinham consumido nos estabelecimentos.
De acordo
ainda com as lideranças, a retenção do cartão, por parte de comerciantes, gera
o que eles chamam de “escravidão financeira” do indígena, já que ele sempre vai
permanecer endividado naquele estabelecimento e conseqüentemente perde a
liberdade de procurar atendimento em outras mercearias e buscar melhores
preços.
Conforme
o Delegado, diante destas denúncias pode iniciar novo arrastão no município
para combater a irregularidade. O ideal para evitar este tipo de crime, seria
uma fiscalização policial permanente, e também fica um alerta que o comerciante
flagrado pode responder por crime de estelionato e se condenado ser obrigado a
cumprir penas que chegam até quatro anos de prisão.
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