quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Comerciantes tomam Cartões Bancários e Bolsa Família de Indígenas em Grajaú



Proprietários de alguns estabelecimentos (comerciantes), em Grajaú estariam retendo cartões bancários de índios para liberarem compras. De acordo com lideranças das aldeias, os comerciantes denunciados seriam do ramo alimentício e vestuário. 

Hoje 12/09 dezenas de indígenas estiveram pela manha na Delegacia de Grajaú para saber informações e retirar os seus documentos, conforme a polícia os documentos, cartões bancários e bolsa família, estavam em posse do comerciante "ZÉ DO LEITE". O delegado está ouvindo os indígenas que comparecem para retirar a documentação para dar continuidade às investigações.

Máfia dos cartões
De acordo com lideranças indígenas, o fato é que a maioria das famílias, com pouca instrução, são facilmente exploradas. Segundo eles, os índios se tornam presas fáceis para golpistas que se aproveitam da fragilidade das vítimas para os negócios e práticas comerciais. Os cartões bancários de aposentados, pensionistas ou beneficiários de programas do governo federal como o Bolsa Família, seriam utilizados para garantir o pagamento de compras.

Segundo ainda as lideranças, o comerciante vende a prazo para o indígena, mas retém o cartão dele e no dia do pagamento do beneficio o próprio comerciante ou um funcionário do estabelecimento vai até o caixa eletrônico e faz o saque da conta do indígena. Em outras situações há denúncias de que no dia de receber o pagamento os comerciantes levam grupos de indígenas para o interior dos bancos para sacarem o benefício. O dinheiro recebido serve para quitar a dívida junto ao comércio, que abre novo “crédito” para as compras do mês seguinte.

A prática, realizada sem nenhuma fiscalização, abre margem para verdadeiros “roubos”, já que alguns indígenas não sabem quais foram os valores sacados e se estas quantias são, de fato, o que eles tinham consumido nos estabelecimentos.

De acordo ainda com as lideranças, a retenção do cartão, por parte de comerciantes, gera o que eles chamam de “escravidão financeira” do indígena, já que ele sempre vai permanecer endividado naquele estabelecimento e conseqüentemente perde a liberdade de procurar atendimento em outras mercearias e buscar melhores preços.

Conforme o Delegado, diante destas denúncias pode iniciar novo arrastão no município para combater a irregularidade. O ideal para evitar este tipo de crime, seria uma fiscalização policial permanente, e também fica um alerta que o comerciante flagrado pode responder por crime de estelionato e se condenado ser obrigado a cumprir penas que chegam até quatro anos de prisão.

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