sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Confusão marca encontro de indígenas com governos estadual e federal



O término da reunião entre a comunidade indígena, das etnias Caigangue e Guarani, e quilombolas com representantes dos governos federal e estadual pode ter sido uma prévia do que ocorrerá se a questão de demarcação das terras não for resolvida até o início do mês que vem. O encontro terminou em confusão, quando o chefe de gabinete do governador, Ricardo Zamora, saía do prédio do MPF, no final da tarde desta quarta, na rua sete de setembro, no Centro. Do lado de fora do prédio, um grupo de índios com lanças e arco e flechas, e de outros movimentos sociais aguardavam o término das negociações e o seu resultado.

Quando ia pisar na calçada, Zamora foi cercado, com alguns indígenas lhe apontando as lanças e um deles, chegou a simular que lançaria uma flecha. O secretário-chefe teve de retornar para dentro do prédio e as cortinas de ferro foram abaixadas, pois algumas pessoas batiam com força no vidro das portas. Caciques, que estavam na reunião, acalmaram os ânimos e levaram o grupo para outro ponto.

Antes do incidente, o chefe de gabinete considerava ter ocorrido avanços na questão, apesar de a demarcação de terras ser responsabilidade da União. Ficou decidido constituir uma mesa de trabalho com representantes da Funai, MPF e indígenas, na busca de um acordo. “Os índios apresentaram uma pauta de reivindicações”, disse Zamora. “Eles querem que até 2 de outubro algumas questões já tenham solução, para que façamos uma nova reunião no dia 7.”

O cacique Valdomiro Vergueiro, do Morro do Osso, não demonstrava tanto otimismo. Segundo ele, o governo do Estado oferece terras, mas não deixa claro se são para os indígenas ou para os colonos. O cacique foi enfático em afirmar que “se até 7 de outubro não for homologada a demarcação das terras, eles irão agir. “Se não tivermos sinal de que vamos ter nossas terras demarcadas, vamos nós demarcar”, ameaçou. “E aí, vamos tirar os colonos das terras que são nossas”, afirmou.

Fonte: Paulo Roberto Tavares / Correio do Povo

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