Brasília,
1 out (EFE) - Um grupo de ativistas do Greenpeace uniu-se nesta terça-feira aos
protestos convocados por indígenas de Brasília e içou um estandarte com o rosto
de um nativo em um mastro situado na frente do Palácio do Planalto. Enquanto os
ativistas içavam o estandarte, justo debaixo da bandeira nacional, cerca de 20
indígenas da etnia Pataxó realizaram danças tribais e mostraram cartazes com
frases contra um projeto de lei que tramita no Congresso e propõe a alteração
das normas que regem a demarcação de territórios das comunidades nativas.
O
projeto que gerou os protestas está em tramitação desde 2009 na Câmara dos
Deputados e, após 12 anos quase arquivado, foi desempoeirado no ano passado e
aprovado já em várias comissões. O ponto mais polêmico do texto propõe que a
competência, sobretudo relacionada com a criação e demarcação de novas terras
indígenas, que corresponde atualmente ao Poder Executivo, passe para o
Parlamento.
Os
manifestantes se opõem e afirmam que essa modificação daria mais poder aos
latifundiários e empresas mineiras, madeireiras e de outras áreas que operam
sobretudo na Amazônia, onde se situa a maior parte das reservas indígenas do
país. As mobilizações convocadas para hoje em Brasília, nas quais espera-se a
participação de centenas de indígenas, são as primeiras de uma série de
protestos que serão realizados nesta semana em várias cidades do país.
Segundo
a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que convocou os atos, nesta
quarta-feira ocorrerão protestos similares em São Paulo e nos próximos dias
haverá mobilizações em Belém e outras cidades do país. Em Brasília, os
indígenas pediram para hoje uma audiência com as autoridades do Congresso a fim
de mostra a rejeição ao polêmico projeto de lei, que foi proposto por membros
da chamada Frente Parlamentar de Agropecuária, integrada por legisladores
vinculados a poderosas empresas do setor.
Fonte;
http://noticias.r7.com/internacional/greenpeace
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