As
inscrições, gratuitas, começam no dia 21 de outubro e podem ser feitas até 11
de novembro de 2013 no site: www.vestibular.ufg.br. São
oferecidas 60 vagas para o curso de Educação Intercultural, específico para
professores indígenas que atuam na rede pública de ensino. Para se inscrever é
necessário preencher um formulário no site da Universidade.
As provas
serão aplicadas nos dias 07 e 08 de dezembro em Palmas, TO, São Félix do
Araguaia, MT e Imperatriz, MA.
Passei.E
agora?
As políticas
públicas de acesso à educação vem melhorando tanto para índios como para
não-índios, seja por meio das cotas ou por editais específicos como esse. Entretanto,
facilitar a entrada dos índigenas na faculdade não assegura que eles terminem o
curso. Daniel Munduruku, escritor e filosófo, conta que quando saiu de sua
aldeia e foi morar em Belém (PA) estranhou muito o mundo da cidade e viu muitos
colegas desistirem por não se adptarem e/ou pela ausência de recursos para
alimentação, transporte etc. “É preciso levar em consideração a diversidade
cultural do universo indígena brasileiro e não reduzi mais de 250 povos ao
termo índio. É necessário políticas públicas diferenciais para grupos indígenas
específicos para que os indígenas possam ser preparados para aproveitar o que a
cidade pode oferecer, já a nação indígena precisa adquirir uma consciência além
de sua cultura para comprender as outras culturas e assim criar uma rede
de solidariedade entre os povos e a cidade precisa entortar seu pensamento para
entender o pensamento índigena que é diferente do seu”.
Labé Karajá
mora na aldeia JK, distante 7 minutos de barco de São Félix do Araguaia, MT. Os
Karajá, Iny, como se auto denominam, estão acostumados com a presença da
Universidade Federal de Goiás. Muitos professores indígenas da Ilha do Bananal
se formaram nesse curso. Labé ingressou no ano passado.
Por destino,
viajamos no mesmo ônibus quando ele estava no caminho para realizar sua
matrícula. Para pagar a passagem, que na época custava 360 reais ida e volta,
Labé mandou ofício, ligou, compareceu na Funai, Funasa, na prefeitura de Lagoa
da Confusão, TO, onde está o território indígena, esteve na prefeitura de São
Félix e na Câmara Municipal de Lagoa e o que conseguiu se resume a algumas
promessas de um incerto talvez.
Resultado,
ele teve que espremer seu salário de agente de saúde e com ajuda dos amigos e
familiares obteve a quantia necessária para pegar o ônibus que o deixaria na
capital goiana. “Um de nossos colegas, da aldeia Santa Izabel, não conseguiu
juntar o dinheiro e não veio. A gente estava esperando uma resposta da Câmara [
de Lagoa da Confusão] e quando sai de São Félix eles ainda não tinham
respondido.” Era uma terça-feira e o prazo terminava na quarta. Passado algum
tempo perguntei a Labé se o jovem que havia ficado em São Félix tinha
conseguido chegar em Goiânia e ele me disse que não.
Escrito por:
Rizza Matos
Fonte; http://www.axa.org.br
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