Mais
de 200 pessoas estiveram presentes na tarde desta quinta-feira (03) em ato que
faz parte da agenda de manifestações da Semana de Mobilização Nacional
Indígena, iniciada na última segunda-feira (30). Representantes das etnias
Krikati, Guajajara e Gavião, estudantes e ativistas sociais se reuniram na
Praça de Fátima por volta das 17h. A manifestação teve início com uma
apresentação de dança indígena no cruzamento da Av. Dorgival Pinheiro com Rua
Simplício Moreira.
“Nós
estamos aqui para defender o que foi conquistado em 1988. Essa PEC 215, ela
ameaça os nossos direitos que foram conquistados com muito esforço. Sem
território, sem demarcação das terras indígenas, não vai ter educação, não vai
ter saúde, não vai ter lugar pra nós, índios”, explicou Edson Krikati, membro
da Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão
(Coapima).
Os
protestos que vem acontecendo em capitais e principais cidades do Brasil foram
convocados pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) para defender
a Constituição, os direitos de povos indígenas e tradicionais e o meio
ambiente. Dentre as principais reivindicações, está o arquivamento da Proposta
de Emenda à Constituição (PEC) 215 e do Projeto de Lei Complementar 227, que
alteram os procedimentos de demarcação das terras indígenas no país.
Para
Silvio Guajajara, coordenador da Coapima, a PEC 215 não trará nenhum benefício
para os povos indígenas. “Essa PEC, a partir do momento que ela for aprovada,
ela tira todo o poder de fiscalização, monitoramento e estudo antropológico da
Funai [Fundação Nacional do Índio], e passa para o Congresso. Quem está no
congresso hoje, nós sabemos que são os grandes ruralistas e empresários, são
pessoas quem tem um olhar de agronegócio, então, existe aí um jogo político
contra os povos indígenas, e para nós isso não é bom”, disse. “Não iremos parar
por aqui. Iremos protestar até ter os nossos direitos atendidos”, finalizou
Silvio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário