A
reunião entre autoridades, ruralistas, lideranças indígenas e poder público
marcada para a manhã desta quinta-feira (27) na governadoria em Campo Grande
pode resultar na saída imediata dos 1 mil índios que ocupam a Fazenda Esperança
em Aquidauana. Os representantes compõem o Fórum Nacional de Assuntos
Fundiários do Ministério da Justiça.
Para
o promotor do MPF (Ministério Público Federal), Emerson Kalif Siqueira, os
reflexos podem ser imediatos se o cronograma apresentado pelas autoridades for
aceito pelos índios. A reunião estava marcada para as 9 horas, mas houve atraso
de pelo menos 1h30. O encontro é a portas fechadas e representantes das etnias
Terena, Kadiwéu e Guarani-Kaiowá.
O
presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul),
Francisco Maia, também acredita que os índios podem sair o mais rápido possível
das terras após o término da reunião.
“Todos
sabem que o caminho da paz exige renúncia, que é a saída dos índios das áreas
ocupadas”, afirma Maia. O representante dos ruralistas diz ainda que o encontro
de hoje é considerado um “embrião” do acordo futuro.
Um
inventário sobre as benfeitorias feitas pelos produtores nas 66 áreas invadidas
em todo o Estado será feito pela Acrissul. Sobre a proposta de compra das áreas
por parte do Governo Federal, Maia voltou a afirmar que a opção só será aceita
se a compra for em dinheiro e não em títulos.
“A
Buriti é uma das que já possui sinalização de compra pelo Govermno, mas se não
for em dinheiro não aceitamos nem sentar à mesa”, completa o ruralista que
lembrou ainda que o Congresso Nacional possui o projeto que estabelece o marco
regulatório que delimita em terra indígena as áreas que estavam ocupadas até
1968.
Reintegração - A Fazenda Esperança em Aquidauana
está ocupada por indígenas desde o dia 30 de maio. No último dia 18 deste mês,
o juiz Renato Toniasso da 1ª Vara da Justiça Federal em Campo Grande aceitou o
pedido de reintegração de posse da área e deu prazo de 10 dias para a Funai
(Fundação Nacional dos Índios) retirar os índios da fazenda.
A
ordem para os índios saírem das terras vence nesta quinta-feira (27), mas em
uma assembleia geral de caciques realizada ontem (26), as lideranças decidiram
ficar na propriedade e resistir mesmo se houver presença da Polícia Federal no
cumprimento da reintegração.
O
promotor Emerson Kalif afirmou que a Funai e o MPF pediram à Justiça que o
prazo seja estendido para que haja diálogo com os índios e que eles possam sair
da propriedade de forma pacífica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário