O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,
exatamente duas semanas depois de sua primeira visita a Mato Grosso do Sul para
intervir no conflito entre fazendeiros e índios terena da Reserva Buriti,
estará de volta ao Estado na quinta-feira (20) e a expectativa é de que esta
nova incursão ao solo sul-mato-grossense traga resultados efetivos. O governador
André Puccinelli não tem dúvida de que finalmente o Governo Federal terá de
apresentar uma proposta concreta para resolver o impasse, que obrigatoriamente
passará pela compra das fazendas localizadas dentro dos 17 mil hectares
reivindicados como terra indígena.
“Conversei com o ministro e disse-lhe, juntamente
com o secretário de Justiça e Segurança pública, Wantuir Jacini, que não
poderíamos ficar somente naquelas palavras e no sobrevoo que fizemos na área do
conflito”, disse o governador ao se referir a vinda do ministro Eduardo Cardozo
a Capital no último dia 5 de junho.
A reunião que acontecerá às 16 horas vai contar a
presença do governador, o ministro da Justiça, a FUNAI – Fundação Nacional do
Índio, o Ministério Público Federal. “Vamos nos reunir para que se resolva de
vez a possibilidade da União de comprar terras. Querem dar terras para os
índios? Eu concordo, comprem-nas daqueles proprietários de fato e de direito e
distribuam-nas”, enfatizou Puccinelli.
Pelos cálculos da Associação dos Criadores de Mato
Grosso do Sul (Acrissul), as 38 fazendas reivindicadas pelos terena,
localizadas entre Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti, estão avaliadas em R$
145 milhões. O deputado Reinaldo Azambuja (PSDB), que junto com os demais
integrantes da bancada federal, participou de uma reunião com quatro ministros
para discutir a questão, não acredita que o Governo Federal vai seguir
rigorosamente os laudos antropológicos da FUNAI na hora de definir o tamanho da
área a ser comprada para incorporar as reservas indígenas. "Vai pesar no
bolso, Brasília não vai levar em conta apenas estes laudos fraudulentos",
observa.
De qualquer
forma, a impressão dominante é de que diante do clamor provocado pela morte do
terena Oziel Gabriel, no confronto com a Polícia durante a reintegração de
posse da Fazenda Buriti no último dia 30 de maio, o Governo Federal vai buscar
uma solução de curto prazo para a demarcação das terras reivindicadas pelos
terena em Sidrolândia, Dois Irmãos do Buriti e Aquidauana. Mesmo porque, a Força Nacional não poderá
ficar para sempre região para evitar novos confrontos. A tropa
inicialmente foi requisitada por 30
dias.
Por enquanto a presença dos policiais apenas adia o
potencial de conflitos. Sem contar que as decisões judiciais determinando a
reintegração de posse das fazendas Cambará e Buriti, não foram anuladas, estão
suspensas diante do clima tenso criado após o desfecho violento da tentativa de
reintegração de posse da Fazenda Buriti no último dia 30 de maio, quando morreu
o terena Oziel Gabriel no confronto com a Policia Federal.
Postado por; Notícias MS
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