Não há como negar que a educação
escolar indígena no nosso Estado e no Brasil se deu de forma abrupta, vertical,
e por decreto. Não houve desde o início, por parte de ambos, formas de diálogo
e ou tentativas de conhecer as expectativas e os desejos que os povos indígenas
esperam das “escolas” genericamente entendidas que se implantam.
Aqui não se trata de negar aos
povos indígenas aquelas ferramentas que hoje são consideradas essenciais para a
sua ‘sobrevivência política e para a sua plena realização étnica, ou seja,
saber ler, escrever, produzir e sistematizar conhecimentos, mas favorecer e
facilitar para que sejam ‘os indígenas’ a definir os modelos, a metodologia, os
tempos e os conteúdos de seus próprios processos educacionais. Isto requer,
sabidamente, dedicação e paciência histórica, o que não existe num Estado colonial
que tem pressa em implantar uma cidadania monocultural e achatada.
Segundo a
Coapima, não existe uma política de educação escolar indígena no estado do
Maranhão, cuja responsabilidade é do orgão executor, nesse caso a Secretaria de
Estado da Educação.
A Coapima
afirma que o quadro é caótico: as escolas não funcionam, não existem material
didático e escolar, os recursos de transporte e merenda escolar são aplicados
indevidamente e os programas de formação de professores e educação continuada
são desconhecidos. A entidade critica o Governo do Estado por se recusar a
celebrar convênios com instituições de 3º grau indígena e diz que as decisões
tomadas não passam pelo crivo do Conselho Estadual de Educação Indígena. São
situações que colocam o Maranhão como o pior estado da Federação no trato com a
questão da educação escolar indígena.
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