Produtores
rurais de Mato Grosso do Sul se reuniram no dia (28) com a ministra-chefe da
Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para pedir a suspensão da demarcação de terras
indígenas no estado até que os processos sejam submetidos a pareceres da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e dos ministérios da
Agricultura e do Desenvolvimento Agrário. A interrupção da criação de novas
reservas indígenas está suspensa no Paraná e o mesmo também deve
ocorrer no Rio Grande do Sul por determinação do governo federal.
No
entanto, para Mato Grosso do Sul, estado com histórico de conflitos entre
indígenas e produtores rurais, a suspensão dos processos não está autorizada.
Segundo o presidente da Frente Nacional Agropecuária, Francisco Maia, os produtores
saíram da reunião de hoje sem respostas do governo.
“Chegamos com um problema
grave e estamos saindo com o mesmo”. Maia disse que os produtores rurais
do sul do estado estão dispostos “a parar o país” para cobrar uma decisão do
governo federal em relação aos conflitos fundiários no Mato Grosso do Sul.
“Nosso
problema é imediato. Os produtores estão em uma situação de desespero e talvez
vão ter que tomar uma posição mais contundente, mais de força, e fazer o que os
trabalhadores fazem quando querem reivindicar: parar o país. Se o governo não
agir imediatamente, o campo irá dar uma resposta”, ameaçou. “A gente sabe que
governo não age, governo reage”.
O
presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Jérson Domingos,
que também participou da reunião no Palácio do Planalto, disse que a Casa Civil
solicitou documentos do governo do estado que apontem quais áreas são alvo de
disputa entre índios e fazendeiros. “Vamos fazer chegar esses documentos em 48
horas, mas a vontade política que vi hoje aqui em Brasília não me convence de
que haja vontade de dar uma solução para esses conflitos em Mato Grosso do Sul
e no Brasil inteiro”, avaliou.
Nos
casos em que o governo já determinou a suspensão de novas demarcações, os
estudos já elaborados pela Fundação Nacional do Índio (Funai), responsável
pelos processos, serão confrontados com levantamentos produzidos pela Embrapa.
Outras instâncias do governo, como o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o
Ministério da Agricultura, também serão consultadas sobre os impactos da
demarcação de novos territórios.
Postado por Redação NSR News em agricultura
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