Hoje...
A população atual dos povos
indígenas no estado do Maranhão soma cerca de 20.000 pessoas e está em
progressivo aumento. Isto vem se dando a partir de uma série de fatores, entre
eles uma certa melhoria das condições de vida, uma maior qualificação dos
próprios índios em gerirem a educação, a saúde, as atividades agrícolas, e uma
determinante vontade de viver segundo seus costumes. Outro fator importante foi
a demarcação de todas suas terras que, embora invadidas, conferiram à população
indígena maior auto-confiança e segurança em sua perspectiva de
auto-perpetuação física e cultural.
Tudo isto não significa que não haja problemas e carências estruturais entre os povos indígenas do Maranhão. O estado, hoje, não consegue, ou não quer, garantir os direitos mínimos consagrados na Constituição de 1988. Mantém ainda uma relação de tutela, misturada com um paternalismo humilhante que minam profundamente o sonho de uma autêntica autonomia para os povos indígenas.
Hoje, parece não haver mais “guerras justas ou santas” contra os pagãos e selvagens índios, mas pouco se tem feito para superar e extirpar os preconceitos disseminados na sociedade brasileira, e as inúmeras formas de racismos contra os índios. Hoje, não se planejam mais etnocídios oficiais, mas procura-se introduzir nas aldeias novos e mais sofisticados modelos culturais, econômicos e religiosos, que ameaçam a coesão e a identidade étnica dos povos indígenas.
Além disso, as invasões das terras indígenas e os saques ao rico
patrimônio indígena por partes de grandes grupos econômicos nacionais e não
(madeireiras, mineradores, laboratórios farmacêuticos, agro-business, etc.),
com a conivência de setores do estado, ressuscitam um moderno colonialismo
explorador, que só se diferencia do antigo pelo seu grau de sofisticação, mas
permanece igualmente brutal e desumano. A inconformidade e a resistência dos
índios, entretanto, não foram dobradas. Eles continuam lutando para serem
respeitados e reconhecidos em suas diferenças cultural, social e política.
Nenhum comentário:
Postar um comentário