Cerca de mil indígenas
Tupinambá de Olivença e organizações da sociedade civil, estudantes, movimentos
sociais e igrejas realizaram na última sexta-feira, dia 29, a XIII Caminhada
dos Mártires Tupinambá, na cidade de Olivença, sul da Bahia.
O manifesto saiu da Igreja
Nossa Senhora da Escada, no centro do município, às 9 horas, e se dirigiu até a
praia do Cururupe, cerca de sete quilômetros de caminhada. A XIII
caminhada, este ano, faz parte da Mobilização Nacional Indígena em defesa da
Constituição, que no próximo dia 5 de outubro completará 25 anos.
A XIII Caminhada quer trazer a
lembrança de um passado não muito distante e que não difere muito do momento
atual pelo que passa o povo Tupinambá. A partir da recente luta do povo pelos
seus direitos, e na defesa de suas terras, a perseguição e a violência da elite
local voltam à tona de maneira preconceituosa e colonialista, tal como nos
séculos passados.
Muitos ainda lembram-se das
lutas e perseguições ocorridas entre as décadas de 1920 e 1930, quando
ocorreram perseguições e violências contra as lideranças. Segundo os mais velhos,
a “Revolta de Marcelino”, nome dado ao que ocorreu, foi porque ele não queria
que fosse construída a ponte sobre o rio Cururupe. Os mais velhos contam que
Marcelino era um grande líder Tupinambá e lutava contra a construção da ponte
porque não queria que os índios de Olivença tivessem contato com os brancos e que
ocorressem mais invasões em terras indígenas. O próprio Marcelino teve suas
terras invadidas e viu parentes perderem terras, que foram tomadas por sítios
de veraneio para os coronéis do cacau.